A equipe RP50 de Jornalisimo teve acesso a áudio gravado pelo vigilante, não identificado, de uma instituição bancária localizada em São Mateus/MA, que sofreu uma tentativa de assalto, registrou troca de tiros e um bandido acabou morto a tiros na manhã desta segunda-feira (20/06).
O assaltante foi identificado como Nilton César Silva Aguiar. Ele era foragido do sistema prisional do Piauí, onde cumpria pena por ter matado um policial militar em 2015. O homem fugiu do presídio em 2021, vinha praticando ilícitos até que foi morto por volta das 11h20.
Imagens do circuito de vigilância do banco mostram Nilton chegando ao local com uma grade na perna e muletas simulando ter sofrido acidente de trânsito. Contudo, a barra na perna foi utilizada para esconder uma arma de fogo. O criminoso entra no banco, vai ao guichê de atendimento, onde permanece sentado cerca de dois minutos. Em dado momento, ele se levanta, puxa a arma e corre em direção ao segurança. O vigilante que já observava o falso cliente, rapidamente saca de sua arma e revida a injusta agressão, alvejando Nilton no pescoço.
No áudio gravado pelo trabalhador e espalhado em grupos no WhatsApp ele relata que Nilton já teria ido à sede do banco uma semana atrás, simulando a mesma situação de uma pessoa acidentada. Na ocasião, ele teria entrado na instituição com a facilitação de funcionários e a contragosto do vigilante.
De volta esta semana, Nilton teve acesso ao banco porque o scanner da porta giratória não funcionou. O segurança comentou a falha e orientou colegas de outros prédios a reforçarem junto a seus gerentes a importância da manutenção das portas giratórias.
TRANSCRIÇÃO NA ÍNTEGRA DO RELATO DO VIGILANTE:
“Rapaz, vocês pedem aí pro gerente da agência fazer uma manutenção nessas portas giratórias, galera, porque a minha aqui não detectou nem o ferro da perna dele nem o 38. Eu pedi pra ele levantar a camisa lá fora, ele levantou, quando ele tentou entrar pela porta giratória, se ela travasse, ele não ia entrar, mas a desgraça não travou. A porta não travou de jeito nenhum, mas como deus tá comigo, com todos nós eu fiquei o tempo todo em QAP. Eram três meliantes. Entrou o primeiro, o segundo que entrou simulando que estava com a perna quebrada já tinha ido lá na semana passada e com a Gerência pediram para mim liberar ele, mesmo eu fazendo revista, pedindo documento, a gerência pediu pra liberar ele. Eu já fiquei veaco, eu não ia deixar ele entrar nem com a gerência autorizando. Quando eu pedi pra ele levantar a camisa, ele levantou e quando ele passasse na porta que apitar eu ia dizer: senhor, não vai entrar, só com documento, mas a p… da porta não travou, mesmo ligada nao travou. Eu fiquei assim encabulado com isso. O que foi que eu fiz? Fiquei atento nos dois, só que chegou um miserável lá fora com a roupa de mototaxista que não é de São Mateus, aí nessa eu fiquei atento nos que tava dentro e no que tava fora, mas como eu gosto de usar o revólver como coldre na perna, eu já puxei a arma e fiquei com a arma na mão, só com o cano dentro do coldre, porque eu sabia que quem ia vir pra cima de mim era esse miserável. E quando ele veio foi gritando: não reage, só que eu já tava em QAP pra atirar nele, mas peçam pros seus gerentes pegar essas portas, fazer o acompanhamento, uma manutenção, porque não estão detectando nada. Eu pedi aqui já pra fazer ao gerente antigo, estão cientes, tem gente que entra com celular não detecta, mas eu já pedi. Um ferro daquele tamanho na perna dele e um 38 a porta não detectar é porque a falha é grande, mas eu fiquei em QAP e peçam para eles fazer isso aí e apitou, faz como eu fazia aqui, volta, por isso que eu consegui fazer essa ação. Até aqui o pessoal da agência me chamava de abusado porque eu seguia no pé da letra, mas se eu não seguisse no pé da letra, deus o livre, quem poderia tá no lugar desse bandido era eu, mas Deus é mais, fiquem atento aí galera”, disse.
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FONTE; 180 GRAU.
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