A ocorrência do golpe do falso sequestro ainda tem sido muito comum no Piauí. As vítimas de presidiários são extorquidas por meio de transferência bancária, depósito em lotéricas ou ainda créditos em algum número de celular exigido pelos bandidos.
De acordo com o Delegado Lucy Keiko, o golpe de suposto sequestro é frequente e muito comum não apenas no Piauí, mas em todo o país. "São bandidos que ligam dos presídios dos mais diversos Estados, em que amedrontam as vítimas ao ponto de levarem ao desespero. Eles chegam a causar tanto pânico que as próprias vítimas passam informações sobre o familiar que teria sido sequestrado", relata.
"Eles agem por meio de ligações de celulares em que afirmam estar com o familiar da vítima. Sempre colocam alguém chorando no início da ligação para causar o impacto na pessoa, dizendo que estão com o familiar e que vai matar caso não seja atendido o seu pedido ou se a pessoa procurar alguma delegacia. Diante disso, os bandidos exigem uma quantia em dinheiro a ser depositada em alguma conta, assim como inserir uma quantia de créditos em celulares", explica Lucy Keiko.
O delegado afirma que mesmo pessoas esclarecidas caem no golpe devido à forte emoção sofrida. "A vítima fica sem ação, parece que por um momento deixa de raciocinar e termina por executar conforme eles exigem", completa.
Lucy Keiko orienta que as vítimas devam se manter calmas quando receberem esse tipo de ligação e que peçam para outra pessoa entrar em contato com o familiar que supostamente tenha sido sequestrado. Além de não se deixar levar pelos artifícios utilizados por eles, que induzem a vítima a citar o nome do parente. "Sequestradores de fato não agem dessa forma, então entendam que é um golpe sendo aplicado", alerta sobre o crime.
"Esse é um tipo de crime que considero uma extorsão e não estelionato. Assim considero porque as vítimas sofrem ameaças. É um crime que traz uma pena mais grave", diz. Lucy Keiko faz ainda uma analogia à outra ação que tem o mesmo fim de extorquir. "O falso sequestro é comparado também a ações de pessoas que ligavam para hospitais e conseguiam informações de pacientes internados. Com isso, ligavam para familiares do paciente e diziam que era do hospital, sendo que pediam depósito em conta bancária dizendo ser para custos de procedimentos médicos".
O delegado pede que pessoas vítimas dessas ligações, mesmo que não caiam no golpe, é importante que compareçam à delegacia para fazer o registro do boletim de ocorrência. "Com o registro feito é possível que a polícia faça uma interceptação para assim chegar à autoria do crime e possa fazer também um levantamento de dados reais dos casos", finaliza Lucy Keiko.
Últimos casos registrados
No dia 12 de janeiro um casal residente no bairro Saci, zona sul de Teresina, foi vítima do suposto sequestro relâmpago da filha. Por volta das 4 horas da manhã receberam a ligação que informava o sequestro da sua filha. Os bandidos exigiram que o casal saísse de casa no mesmo instante e que se hospedasse em uma pousada até o horário de abertura dos bancos. O valor solicitado pelos bandidos foi de R$ 30 mil. A ação não se completou porque o casal ao chegar no banco para sacar o dinheiro foi surpreendido com a ação da polícia, que já tinha sido acionada por meio da gerência do banco ao detectar que o casal estava sendo pressionado por bandidos para o saque.
O último caso que chegou ao conhecimento da polícia foi nesta terça-feira (06) com a idosa de iniciais G.F.F. de 77 anos. Ela foi encontrada 5 horas depois na agência bancária em um shopping de Teresina onde se preparava para fazer o saque do valor exigido pelos bandidos. Na ligação os bandidos diziam também ter sequestrado sua filha. A idosa chegou a fazer a transferência de um alto valor, mas foi orientada pelo gerente que seria um golpe quando se preparava para realizar a segunda transferência.
Fonte: Portal Meio Norte
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