Com medo do crescente número de explosões a caixas eletrônicos em Teresina, empresários estão retirando os terminais de autoatendimento de seus estabelecimentos comerciais. Os dados da Polícia Militar relacionados a este tipo de crime justificam essa atitude. De acordo com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), só este ano, foram 13 explosões a caixas eletrônicos em Teresina, de um total de cerca de 50 caixas, ou seja, pouco mais de um quarto dos terminais foram alvos de bandidos de janeiro a outubro, uma média de mais de um ataque por mês.
A gerente de uma rede de farmácias, Elismaria Leal, afirma que no local onde trabalha todos os caixas eletrônicos foram retirados por medo de futuros assaltos. A última explosão ocorreu em uma das filiais da rede, no bairro Água Mineral, zona Norte de Teresina. Na ocasião, cinco homens vestidos de roupas pretas e encapuzados chegaram à farmácia, por volta das 4h da manhã, e realizaram a explosão, atingindo parte da estrutura da farmácia, que ficou com as portas retorcidas e com a cobertura de gesso danificada.
"Nós retiramos todos os caixas eletrônicos de todas as nossas lojas, porque é um transtorno muito grande. Da última vez que eles explodiram o caixa eletrônico, a loja teve que ficar interditada por oito dias, porque danificou praticamente tudo, a loja foi destruída quase inteira. Por isso, decidimos retirar", explica a gerente.
Segundo o comandante de Policiamento da Capital, coronel Wagner Torres, o índice de assaltos a caixas eletrônicos aumentou não só em Teresina, mas em todo o país. Ele explica que a ação dos criminosos é bastante semelhante em todas as ocorrências, levando a acreditar que é sempre o mesmo grupo que pratica os assaltos. "O que está sendo levantando é que é o mesmo modus operandi, inclusive usando o mesmo armamento, como nós observamos pelas imagens, podem ser inclusive as mesmas pessoas", diz.
O comandante afirma que a forma como os bandidos agem surpreende a própria polícia, como o último caso de explosão a um caixa eletrônico localizado dentro da Universidade Federal do Piauí (Ufpi). Porém, ele ressalta que o policiamento durante a madrugada foi intensificado para prevenir novas ocorrências, em especial em locais que são mais vulneráveis, como bairros periféricos e nas BRs. "A Universidade tem seu próprio esquema de segurança, com seguranças particulares, mas mesmo assim houve essa ação", completa.
Uma das explosões ocorreu em um grande supermercado da cidade (Foto: Arquivo O Dia)
Para a polícia, o aumento do número de ocorrências se dá pela facilidade dos assaltantes em conseguir explosivos para utilizar nos arrombamentos aos caixas eletrônicos. O secretário estadual de Segurança, Fábio Abreu, revela que, há um mês, uma carga de explosivos foi roubada no interior do Estado do Maranhão, no município de Itaperu, e que estes explosivos podem estar sendo utilizados nas explosões em Teresina.
"Há um mês, nós tivemos o roubo de uma tonelada de explosivos no município de Itaperu no Maranhão, que seria destinada para uma pedreira e não foi recuperada. Isso significa que nós temos, infelizmente, uma grande quantidade de explosivos em poder desses indivíduos. É por isso que nós reiteramos o nosso pedido às empresas que fazem o transporte desse tipo de material, para que eles sejam rastreados. Porque o ideal é que todos possam agir para inibir essas ações e não só a Polícia Militar ou a Polícia Civil depois que acontece", destaca.
Além do acesso aos explosivos, o secretário afirma ainda que a reincidência dos assaltantes se dá por causa do pouco tempo em que passam detidos e que a ação da Polícia tem sido prejudicada pela falta de punição aos acusados. "Nós, infelizmente, já sabemos que os assaltantes que vamos prender são reincidentes. Nós prendemos uma quadrilha na semana passada e eles já estão soltos. E com toda certeza, da prisão deles, apreendemos poucas armas, quase nada de equipamentos, isso dá ideia de que eles vão para rua e vão voltar à mesma prática", relata o secretário Fábio Abreu.
Fonte:portalodia.com/noticias
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